JUSTIÇA CONDENA EX-DELEGADO DO DOPS POR OCULTAÇÃO DE CADÁVER NA DITADURA

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O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Espírito Santo, Cláudio Antonio Guerra, foi condenado a sete anos de prisão pela Justiça Federal de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, pelo crime de ocultação de cadáver durante a ditadura militar.

A ação penal ajuizada pelo Ministério Público Federal em 2019 diz respeito ao desaparecimento de 12 militantes políticos durante o regime autoritário: Ana Rosa Kucinski Silva, Armando Teixeira Frutuoso, David Capistrano da Costa, Eduardo Collier Filho, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, João Batista Rita, João Massena Melo, Joaquim Pires Cerveira, José Roman, Luís Inácio Maranhão Filho, Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto e Wilson Silva.

Na decisão, a Justiça Federal reconheceu “a imprescritibilidade dos crimes sob apuração, aqui considerados como crimes contra a humanidade (ou de lesa-humanidade), em atenção à Constituição da República, às normas internacionais de direitos humanos e à jurisprudência sedimentada no âmbito dos sistemas global e interamericano de proteção aos direitos humanos”.

Além da pena de prisão, Cláudio Antônio Guerra foi condenado a pagar uma multa de 308 dias, calculada com base em um trigésimo do salário-mínimo vigente em 22 de outubro de 2019 (quando a denúncia foi apresentada pelo MPF), totalizando pouco mais de R$ 10 mil. Conforme a decisão da Justiça, Cláudio Guerra poderá recorrer em liberdade.

Corpos incinerados

O processo criminal que resultou na condenação de Cláudio Antonio Guerra teve como base inicial o relato dele mesmo, feito no livro “Memórias de uma Guerra Suja”. Ele confessou ter recolhido os corpos de 12 pessoas e levado para serem incinerados entre 1973 e 1975. Em 2014, Guerra foi até a usina durante diligência da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e mostrou como os corpos eram incinerados.

Os corpos foram retirados de locais como a “Casa da Morte” em Petrópolis (RJ) e o DOI-Codi no Rio de Janeiro, sendo incinerados posteriormente na Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes. A partir dessas informações, o MPF colheu depoimentos confirmando que os corpos de fato haviam sido levados por Guerra.

Fonte: Vermelho

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