O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou, nesta quinta-feira (14), um relatório que traz um panorama sobre o quadro da população em situação de rua no Brasil. De acordo com o levantamento, são pelo menos 236.400 pessoas vivendo pelas ruas do país.
O documento “População em situação de rua: diagnóstico com base nos dados e informações disponíveis em registro administrativo e sistemas do Governo Federal” faz parte do conjunto de medidas relativas à Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR) — vigente desde 2009 por meio do decreto 7.053.
Para chegar ao número de pessoas foram usados dados disponíveis nos cadastros e sistemas nacionais. O total aferido equivale a um em cada mil cidadãos, presentes em 3.354 (64%) dos municípios brasileiros. A grande maioria dessa população está na região Sudeste, com 62% do total.
Entre os estados, São Paulo concentra a maior parte, com 95.195 pessoas (40% do total), sendo a maior fatia na capital (53.853). Já o Distrito Federal acumula o maior percentual em relação à população total, com três em cada mil habitantes nessa situação.
Outro ponto trazido é que dez cidades com o maior número de pessoas em situação de rua — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Campinas e Florianópolis — concentram, juntas, 48% desse segmento.
O estudo também revela que o perfil dessa população é majoritariamente composto por homens (87%), adultos (55%) e negros (68%). Os homens negros e jovens correspondem às principais vítimas de violações dos direitos humanos. Pessoas pardas (55%) e pretas (14%) somam 69% das vítimas e a faixa etária mais atingida é de 20 a 29 anos (26%), seguida dos 30 a 39 anos (25%). Quanto ao tipo de violência, 88% das notificações envolviam violência física, sendo a violência psicológica a segunda mais frequente (14%).
Pessoas em situação de rua com deficiência correspondem a cerca de 15%. Já os migrantes são 4% do total. Os principais motivos apontados para a situação de rua foram os problemas familiares (44%), seguido do desemprego (39%) e do alcoolismo e/ou uso de drogas (29%).
Também foi verificado crescimento, entre 2017 e 2022, dos Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro Pop), que somam 246 estabelecimentos com mais de 578 mil atendimentos.
Fonte: Vermelho