Veto do Plano Nacional de Vacinação é uma estratégia da necropolítica

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Numa pandemia que se estende há mais de um ano e que já vitimou mais de 250 mil brasileiros, seria natural o governo brasileiro correr em favor da compra imediata da vacina para seus cidadãos, correto? Sim, mas esta não é a realidade do nosso país.

Na contramão de todos os presidentes que querem sua população imunizada e que destina todos os seus recursos para a aquisição da vacina, Bolsonaro, esta semana, vetou estados e municípios em imunizar população em caso de omissão do Ministério da Saúde.

Na prática, percebemos três pontos principais: primeiro, o presidente não se incomoda nem um pouco com as mortes diárias dos brasileiros (que chegou a quase duas mil mortes diárias), por isso, mais brasileiros estão à mercê do vírus e da morte iminente; segundo, o alto número de contaminação irá sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde do país, que beira o colapso total; terceiro, quanto mais demorarmos em ter a população vacinada, mais difícil será a retomada do quotidiano nacional.

O Supremo Tribunal Federal já autorizou governadores e prefeitos a comprar imunizantes em caso de inoperância do Ministério da Saúde no Plano Nacional de Imunização, e o assunto foi debatido no Congresso Nacional.

A Deputada Federal, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foi cirúrgica em sua fala: “Percebam que as curvas internacionais de contaminação, mortes e percentual de vacinação da população e comparem com o Brasil. Nós estamos muito atrás do número de pessoas vacinadas, mas estamos muito à frente no número de contaminados e de óbitos. Enquanto o mundo inteiro reduz e tem uma curva declinante no número de contaminados e de óbitos, a nossa curva é ascendente. Lamentavelmente nós estamos numa situação muito diferente do mundo”, afirmou.

Além de criticar a postura do governo no que tange o processo de imunização da população, a deputada falou, ainda, sobre as medidas de auxílio àqueles que mais precisam: “Estamos há mais de trinta dias com mais de mil óbitos diários, nós estamos aqui com mais de 30 milhões de brasileiros na linha da estrema pobreza, encarando uma inflação absurda de alimentos, de tarifas, e com o gás de cozinha a quase R$ 100,00. E é nesse cenário que eu vejo os vetos do presidente à Medida Provisória da Vacinação e, ao mesmo tempo, ele quer aprovar um auxílio emergencial de R$ 250,00, com muitos condicionantes de um pacote fiscal dentro de uma Emenda Constitucional atropelando todos os ritos de uma PEC.

Ela continua: “O que mais é preciso da gente entender dentro da Câmara dos Deputados que esse governo é criminoso? O que mais é preciso para que a gente impeça esse governo de continuar? O que mais é preciso para que a gente atropele como um poder neste país um governo como esse? Ele desrespeita as decisões do Congresso Nacional, veta tudo que é aprovado em favor da vida. Nós não podemos mais aceitar isso, temos que em nome da vida impedir esse governo para salvar o povo brasileiro”, declarou.

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