Embora a população negra seja maioria no Brasil, ainda precisa lidar diariamente com o racismo estrutural perverso. Em 2022, os trabalhadores brancos tiveram rendimento 61,4% maior do que os pretos e pardos. No recorte por escolaridade, as pessoas brancas com nível superior completo receberam 37,6% a mais do que pretos e pardos.
A diferença também é verificada entre os gêneros. O rendimento dos homens foi superior em 12,8% ao das mulheres. Entre quem tem nível superior completo, o rendimento médio dos homens superou o das mulheres em 43,2%.
O mercado de trabalho é cruel com a população negra desde a abertura de vagas. Para sobreviver, milhões terminam na informalidade. Não à toa, os homens pretos ou pardos respondiam por 46,6% dos trabalhadores informais no ano passado. Os brancos eram 33,3%. Entre as mulheres, as pretas ou pardas eram 46,8% e as brancas, 34,5%.
Estudo Síntese de Indicadores Sociais 2023, divulgado nesta quarta-feira (06/12), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), também constatou que trabalhadores pretos ou pardos predominam em atividades com rendimento médio menor. São 62% na agropecuária, 65% na construção e 66% nos serviços domésticos. Ainda há muito o que ser feito.