REFINARIA DA PETROBRAS EM SÃO FRANCISCO DO CONDE FOI VENDIDA ABAIXO DO PREÇO DE MERCADO, CONCLUI CGU

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Nomeada originalmente de Landulpho Alves (Rlam) e rebatizada de Mataripe, a refinaria está localizada na cidade de São Francisco do Conde (BA). De acordo com o relatório, foi vendida abaixo do preço de mercado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, decorrente principalmente pelo negócio ter sido feito em plena pandemia da COVID-19, quando a cotação internacional do petróleo estava em baixa.

O órgão de controle argumenta que a Petrobras poderia ter esperado a recuperação do petróleo no mercado internacional.

A venda, ressalta a CGU, ocorreu em um cenário de “tempestade perfeita” para vender a preços abaixo do mercado, como incerteza econômica e volatilidade, expectativas pessimistas para a economia.

A auditoria destaca a falta de “medição de probabilidade realista em eventos futuros” e a aplicação de metodologias não utilizadas até então para a venda de estatais brasileiras.

Segundo cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a unidade, na época, valia entre US$ 3 bilhões (R$ 14,5 bilhões) e US$ 4 bilhões (R$ 19,4 bilhões).

Joias reais

O indício da venda por valor de interesse dos Emirados Árabes Unidos lança luz sobre outro escândalo envolvendo Bolsonaro, que foi presenteado por integrantes da família real do país árabe, na mesma época da venda.

A Política Federal investiga joias e esculturas dadas por autoridades públicas dos Emirados Árabes durante duas viagens oficiais do governo Bolsonaro: em outubro de 2019 e novembro de 2021, quando ele recebeu um relógio de mesa cravejado de diamantes, esmeraldas e rubis, um incensário em madeira dourada e três esculturas, sendo uma ornada com detalhes em ouro, prata e diamantes.

O ex-presidente também é investigado por três caixas de joias, orçadas em R$ 18 milhões, recebidas do governo da Arábia Saudita e devolvidas em março e abril do ano passado.

O ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, informou que a auditoria sobre a venda da refinaria está com a Polícia Federal.

As suspeitas de ligação entre a venda da refinaria e o recebimento de presentes dos Emirados Árabes começaram a ser ventiladas na imprensa em março do ano passado.

A Petrobras está negociando a recompra de participação acionária da refinaria e produzir na unidade diesel e querosene de aviação através de óleo vegetal, segundo informou o jornal O Globo.

Mataripe é a segunda maior refinaria do país, respondendo por cerca de 14% de toda a capacidade de refino do Brasil.

No Brasil, os árabes comandam a refinaria através da empresa Acelen, que é dona ainda de ativos renováveis.

Fonte: Sputnik

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