No pior momento da pandemia, Brasil registra 10% das mortes no mundo

Boletim quinzenal da entidade reúne indicadores sobre a gravidade da crise: lotação das UTIs, manutenção do total de casos em patamares elevados e tendência de alta nos casos de SRAG.

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta quinta-feira (11) que o Brasil vive o pior momento da pandemia. A entidade divulgou, em seu boletim quinzenal, que a avaliação é decorrente da piora da alta taxa de ocupação de leitos, tendência de alta nos casos de síndromes respiratórias, e alta participação do país no total de mortes causadas pela doença no mundo.

Um ano após a pandemia ser oficialmente reconhecida pela OMS como uma emergência global, o país acumula 10,3% das mortes que já foram notificadas no mundo por Covid, sendo que o Brasil tem apenas 3% da população do planeta.

“Os recordes de novos casos e óbitos vêm sendo superados diariamente, acompanhados por uma situação de colapso dos sistemas de saúde em grande parte dos estados e municípios”, aponta a nota divulgada pela Fiocruz.

Os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, responsáveis pelo Boletim, observam que o Brasil nunca alcançou uma redução significativa de sua curva de transmissão.

Síndrome respiratória

No boletim, a Fiocruz também detalhou os dados do sistema InfoGripe, que monitora a incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Segundo os pesquisadores, os dados mostram que os casos também estão em “níveis muito altos” em todos os estados, com maior destaque para as regiões Sul e Sudeste. Mais de 96% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.

Lotação de UTIs

Na terça-feira (9), a fundação já havia divulgado uma edição extraordinária do boletim para tratar da lotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) durante a pandemia de covid-19: segundo o documento, os índices de ocupação fazem 20 unidades da federação serem classificadas na “zona de alerta crítico” e 13 unidades têm 90% de ocupação.

Na classificação da Fiocruz, as taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (vermelho) quando iguais ou superiores a 80%, em zona de alerta intermediário (amarelo) quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%, e fora de zona de alerta (verde) quando inferiores a 60%.

Estados com mais de 90% de lotação de UTIs

“Na última semana, embora a saída do Pará da zona de alerta crítico para a zona intermediária, com a queda do indicador de 82% para 75%, possa deixar uma impressão visual de melhoria do quadro geral, é importante sublinhar que se observou exatamente o oposto, com crescimento do indicador em quase todos estados e no Distrito Federal e entrada na zona crítica dos estados de São Paulo e de Sergipe.” – nota da Fiocruz

Situação nas capitais

Vinte e cinco das 27 capitais do país estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos iguais ou superiores a 80%, sendo 15 delas superiores a 90%.

As outras duas capitais restantes estão com taxas superiores a 70%: Belém (75%) e Maceió (73%).

Fonte: Portal Vermelho

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