Média móvel chega a 2 mil mortos diários por covid, pela primeira vez

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O número de pessoas que não resistiram à covid-19 no Brasil subiu para 284.775. Em 24 horas, foram registradas 2.648 mortes. Há ainda 3.045 óbitos em investigação no país.

Com isso, a média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2.031, ficando pela primeira vez acima da marca de 2 mil. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +49%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença. Este cálculo é feito pelo consórcio da imprensa.

A média móvel de mortes na primeira onda da pandemia chegou a um pico de cerca de mil casos diários. Formou-se um platô deste volume durante 12 semanas, entre o início de junho e final de agosto de 2020. Já estávamos a um período similar (de 12 semanas, desde o início de janeiro) com o mesmo patamar de mortes daquele período. Nas últimas quatro semanas, todos os recordes da primeira onda da pandemia começaram a ser quebrados, até chegarmos ao volume atual de duas mil mortes diárias.

Agora entramos numa aceleração crescente ao dobro desses números e não sabemos onde parar, conforme não há uma centralização das medidas de controle, com cada estado e município estabelecendo se está disposto a reduzir o contágio.

Números similares se observam na curva de contágios. O máximo que se alcançou na primeira onda da pandemia foi o número de 320 mil contágios em uma semana (média de 45 mil contágios diários). Na primeira semana de março, no entanto, chegamos ao patamar de 500 mil contágios (média de 71,5 mil casos diários). Este número é um alerta, pois antecipa o que ocorrerá nas próximas duas semanas, em relação a mortes. Se está crescente, vai manter a média de óbitos, também em crescimento.

 

Apagão de dados oficiais

Desde que o governo federal restringiu o acesso e cálculo de dados da pandemia, um consórcio de veículos de imprensa passou a divulgar dados mais relevantes, que demonstrem como se dá a evolução da pandemia. Os indicadores como média móvel de óbitos e contágios a cada sete dias, variação de média móvel a cada 14 dias e estabilidade de casos até 15%, para mais ou para menos, permitem mostrar onde as mortes causadas pelo novo coronavírus estão aumentando, diminuindo ou estáveis.

Para calcular a média móvel, basta somar o número de casos ou mortes do dia com o dos 6 dias anteriores. O objetivo é evitar grandes variações em determinados dias da semana, para ter uma média de pelo menos sete dias. Alguns dias podem ter variações por causa de problemas técnicos nos estados, além dos problemas habituais de registro em feriados e fins de semana.

Para saber a tendência, é preciso calcular a variação percentual das médias móveis em um intervalo de 14 dias. Por exemplo, a média móvel do dia 14 será comparada com a média móvel do dia 1º. Se este percentual for de até 15%, é considerado estável. Se for acima de 15% positivos, está em crescimento. Se for mais de 15% negativos, está em queda.

Observe como ficamos cerca de 12 semanas, entre junho e agosto de 2020, com cerca de mil mortes por dia. O mesmo ocorreu a partir de janeiro de 2021. Nas últimas quatro semanas, os números começaram extrapolar os recordes anteriores ao chegar a dois mil casos diários, agora.

Já o total de pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia chegou a 11.693.838. Em 24 horas, foram confirmados pelas autoridades sanitárias 90.303 novos casos.

Esta é a pior marca de diagnósticos em 24 horas já registrada até aqui. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 70.637 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +23% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta também nos diagnósticos.

O máximo que se alcançou na primeira onda da pandemia foi o número de 320 mil contágios em uma semana (média de 45 mil contágios diários). Na primeira semana de março, no entanto, chegamos ao patamar de 500 mil contágios (média de 71,5 mil casos diários) .

Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite desta quarta-feira (17). O balanço é produzido a partir de informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde.

Há, ao todo, 1.122.006 pessoas com casos ativos da doença em acompanhamento por profissionais de saúde e 10.287.057 pacientes já se recuperaram.

Estados

Na lista de estados com mais mortes estão São Paulo (65.519), Rio de Janeiro (34.586), Minas Gerais (21.029) e Rio Grande do Sul (15.819). As unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.144), Amapá (1.201), Roraima (1.261), Tocantins (1.735) e Alagoas (3.264).

Em número de casos, São Paulo também lidera (2.243.868), seguido por Minas Gerais (991.732), Paraná (775.070), Rio Grande do Sul (763.794) e Bahia (753.584).

Vinte estados e o Distrito Federal estão com alta nas mortes: PR, RS, SC, ES, MG, SP, DF, GO, MS, MT, AP, PA, RO, TO, AL, CE, PB, PE, PI, RN e SE. Este março já ficou registrado como o pior mês da pandemia para os três estados da região Sul, mesmo ainda faltando duas semanas para o fim do mês.

Apenas Amazonas e Roraima, estados com o melhor índice de vacinação e baixa demografia, estão com desaceleração de mortes. Por outro lado, aumentou para quatro o número de estados com estabilidade nos números: RJ, AC, BA e MA.

Boletim do Ministério da Saúde atualiza os números da pandemia.
Boletim do Ministério da Saúde atualiza os números da pandemia. – Ministério Saúde

Vacinação

Balanço da vacinação contra Covid-19 desta quarta-feira (17) aponta que 10.713.615 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 5,06% da população brasileira.

A segunda dose já foi aplicada em 3.916.493 pessoas (1,85% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal.

No total, 14.630.108 doses foram aplicadas em todo o país.

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