O desmatamento na Mata Atlântica teve redução de 27%, entre 2022 e 2023, em áreas maiores a três hectares. De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento caiu de 20.075 hectares para 14.697 nesta área contínua do bioma. Por outro lado, o desmatamento cresceu de 74.556 para 81.356 hectares em encraves (território encravado em outro) e nas transições com o Cerrado e com a Caatinga, quando analisados desmatamento em territórios menores, a partir de 0,3 hectare.
Esta dualidade significa que em áreas contínuas o desmatamento está em queda, enquanto nas partes isoladas ou em transição, está em alta. Estas regiões de transição e encraves estão localizadas principalmente nos estados do Ceará, Piauí, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
A área contínua monitorada pelo Atlas, superior a três hectares em florestas maduras, corresponde a somente 12,4% da Mata Atlântica.
Quando analisadas regiões em recuperação ou em estágios iniciais de desenvolvimento, a cobertura florestal é de 24%.
Esta abrangência é medida pelo SAD Mata Atlântica, que analisa as áreas superiores a 0,3 hectare em parceria com o MapBiomas, onde o deflorestamento é equivalente a “200 campos de futebol desmatados por dia”, ressalta o SOS Mata Atlântica.
De acordo com a Fundação, a diminuição do desmatamento ocorre “em grande parte dos 17 estados da Mata Atlântica – as exceções foram Piauí, Ceará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.”
Já em Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que se destacam como usuais líderes de deflorestamento, houve queda de 57%, 78% e 86% nas taxas, conforme o Atlas. A tendência ainda é observada nas ilhas de Mata Atlântica (encrave) pelo SAD.
Nas regiões que o SAD identificou a derrubada de floresta, o destaque negativo é Bahia, Piauí e Mato Grosso do Sul, em transições de Cerrado e Caatinga onde se observa o avanço da fronteira agrícola.
Fonte: Vermelho