Apesar do aumento do consumo das famílias e da desaceleração da inflação, o Banco Central manteve a Selic em dois dígitos, hoje em 10,50%. A atitude mais parece uma sabotagem do mercado à política econômica do governo atual. O sistema financeiro se aproveita da situação e “pinta e borda”. A taxa de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo subiu para 423,5% ao ano em abril.
Linha de crédito pré-aprovada no cartão – uma das modalidades mais caras do mercado –, o rotativo é usado quando o cliente não consegue pagar o valor integral da fatura no dia do vencimento. Com juros altos, a bola de neve é certa.
De acordo com o BC, apesar de ter entrado em vigor, em janeiro, a lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, a medida não afeta a taxa pactuada no momento da concessão do crédito. Como a aplicação apenas se dá em novos financiamentos, não houve impacto na apuração de abril.
Os dados revelam ainda que as concessões de novos empréstimos no rotativo também tiveram alta. As contratações somaram R$ 30,5 bilhões. O volume ficou acima da média de 2022, de R$ 28,38 bilhões por mês, e da observada no ano passado, de R$ 30 bilhões ao mês.
Fonte: SBBA