CAMPOS NETO ADMITE INFLAÇÃO CONTROLADA, MAS DEFENDE UM DOS MAIORES JUROS REAIS DO MUNDO

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Em apresentação feita na audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico e de Tributação e Finanças, da Câmara dos Deputados, realizada na manhã desta terça 13, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que a inflação brasileira converge para ficar dentro da meta estipulada pelo governo federal, entre 1,5% e 4,5%; o crescimento da economia acima do esperado; e os bons resultados na geração de empregos.

Apesar de reconhecer os bons resultados em termos de controle da inflação, crescimento econômico e geração de empregos, Campos Neto insistiu na defesa da atual política monetária do Banco Central, que mantém a Selic em 10,5%, o que acarreta numa das maiores taxas reais de juros do mundo, atrás apenas da Rússia.

O presidente do BC justificou sua política monetária – com “taxas de juros absurdamente altas”, nas suas próprias palavras – citando como fatores de pressão a “baixa taxa de recuperação de crédito” no país, a dívida pública, uma taxa de poupança menor e o crédito direcionado.

Conflito de interesses

Por sua vez, o deputado Lindemberg Farias questionou Campos Neto sobre possível conflito de interesses, acusando-o de possuir empresas e aplicações que seriam remuneradas de acordo com a Selic

No dia 7 de agosto, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) derrubou liminar que impedia investigação por parte do Conselho de Ética da Presidência da República sobre manutenção de dinheiro em paraísos ficais por Campos Neto e um suposto esquema para lucrar com a Selic.

A investigação começou em 2019, com revelações do caso Pandora Papers, que expôs informações sobre dinheiro de agentes de mercado em paraísos fiscais. Em 2004, Campos Neto teria aberto, com US$ 1 milhão aplicado, uma offshore nas Ilhas Virgens.

“Nesses fundos exclusivos dos quais o senhor é proprietário existem títulos remunerados pela taxa Selic ou IPCA?”, questionou Lindemberg.

Neto disse que não responderia questionamentos do ponto de vista pessoal e que já prestou contas ao Comitê de Ética do BC.

Fonte: Contraf

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