Um colapso humanitário iminente ameaça a Faixa de Gaza, alertaram autoridades locais e organizações internacionais nesta quarta-feira (16). A grave denúncia foi divulgada pelo Escritório de Mídia de Gaza e confirmada por entidades como a ONU, a UNICEF e Médicos Sem Fronteiras. A reportagem original é da HispanTV, e descreve um cenário alarmante de destruição, fome e descaso internacional diante do bloqueio imposto por Israel à entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Segundo a UNICEF, mais de 1,1 milhão de crianças em Gaza sofrem de desnutrição grave. Em outro dado estarrecedor, a agência da ONU informou que 322 crianças palestinas morreram em ataques israelenses apenas nos últimos dez dias. A escalada da crise expõe de forma dramática a vulnerabilidade da população infantil em meio ao cerco.
Em comunicado, as Nações Unidas afirmaram que a desnutrição aguda está aumentando aceleradamente e que a falta de recursos forçou as agências humanitárias a reduzir em dois terços, apenas no mês de março, o número de crianças que recebiam alimentação suplementar. “Israel está mais uma vez usando a fome como arma em Gaza”, denunciaram especialistas da ONU.
A situação nos hospitais é igualmente desesperadora. As restrições de acesso impostas por Israel impedem o reabastecimento de suprimentos médicos, colocando milhares de pacientes em risco direto. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) classificou o cenário como um “inferno”, diante do agravamento das operações militares e da interrupção da entrada de ajuda desde o início de março.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que atua na região, afirmou que “Gaza se tornou uma vala comum para a população palestina e para aqueles que vêm ajudá-la”. A declaração foi feita por um coordenador do MSF na Faixa, em mais uma denúncia da impossibilidade prática de socorrer as vítimas enquanto o bloqueio israelense persiste.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, também se manifestou, alertando para o agravamento das condições humanitárias e médicas em Gaza. Segundo ele, a decisão de Israel de bloquear o envio de ajuda desde o início de março elevou os riscos a um nível “muito perigoso”. Abdelatty explicou que as recentes viagens do presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi ao Catar e ao Kuwait visam justamente intensificar os esforços para garantir a entrada de auxílio ao território sitiado.
Desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023, o Ministério da Saúde de Gaza estima que mais de 51 mil palestinos tenham sido mortos, a maioria civis. A interrupção completa da ajuda humanitária, somada à devastação provocada pelos bombardeios contínuos, configura, segundo analistas internacionais, um cenário de genocídio.
Fonte: Brasil247