O burnout não é exceção, mas sintoma de um sistema que oprime. No Brasil, 48% dos trabalhadores apresentam sinais claros de esgotamento, segundo levantamento do Boston Consulting Group. O avanço da epidemia reflete o ambiente no qual o tempo vale mais do que a saúde, e a produtividade virou dogma. Não se trata apenas de cansaço, mas de um colapso físico e emocional provocado por metas inalcançáveis, jornadas absurdas e a pressão de parecer feliz enquanto tudo arde por dentro.
Evitar o colapso vai muito além de um banho quente no fim do dia, é crucial resgatar o controle da própria rotina. As pausas devem ser sagradas, o horário fora do expediente precisa ser inviolável e o celular do trabalho não pode ditar o ritmo da vida. Reorganizar prioridades, dizer o temido não quando for necessário e questionar o excesso são formas legítimas de autoproteção.
Criar pequenas zonas de respiro durante o dia, como cinco minutos em silêncio, uma caminhada curta ou uma conversa leve com os colegas também ajuda a romper o ciclo de exaustão. Buscar um sentido real no que se faz fortalece a resistência ao desgaste. E, se o ambiente for insustentável, sair não é covardia, mas sobrevivência. Não existe bônus, promoção ou reconhecimento que justifique perder a si mesmo no meio do caminho.
Fonte: SBBA