Da cloroquina ao ‘pênis da Fiocruz’, Mayra Pinheiro expôs ‘delírios e alucinações’ do bolsonarismo

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De acordo com o cientista político Cláudio Couto, professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), o depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, à CPI da Covid, ontem (25),  foi mais um ato do “teatro do absurdo” que Bolsonaro e seus seguidores promovem em meio à maior crise sanitária dos últimos tempos. As “mentiras, falsidades e contradições” ditas pela secretária revelam um governo não apenas “equivocado e perverso”, mas também covarde.

Ele destacou as declarações dadas por Mayra que conflitam com versões apresentadas pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ela negou, por exemplo, que o aplicativo TrateCov tivesse sido “hackeado”, como afirmou o general. Também disse que o ministério da Saúde foi avisado sobre a falta de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro, enquanto seu superior alega que só foi comunicado dois dias depois.

“É um governo que não tem como sustentar os fatos. Por isso, cai em tantas contradições”, disse Couto, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual desta quarta-feira (26). Mais do que isso, são declarações que ultrapassam os limites da ideologia. Foi o caso das ilações da secretária a respeito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Mayra Pinheiro e a ‘realidade paralela’

Segundo a secretária, a instituição centenária – responsável pela produção da vacina contra a covid-19 em parceria com o laboratório britânico AstraZeneca – é dominada pela esquerda. “Tudo deles envolve LGBTI, eles têm um pênis na porta da Fiocruz, todos os tapetes das portas são a figura do Che Guevara, as salas são figurinhas do Lula Livre, Marielle Vive”, dizia Mayra Pinheiro, em áudio divulgado na CPI da Covid pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão. A depoente ratificou as declarações.

“É tão surreal e absurdo que é difícil dizer que se trata de ideologia. Está muito mais no campo do delírio e da alucinação. Ela nem sequer foi capaz de negar. Mostra que eles se guiam por uma perspectiva alucinada da realidade, que não condiz com os fatos. Quando se usa a metáfora do terraplanismo, é disso que a gente está falando. Tanto o governo como o seu chefe se conduzem por uma lógica de pessoas alucinadas, que deliram. São incapazes de lidar com a realidade. Por isso que negam os fatos e a ciência”, disse Couto.

Fonte: Rede Brasil Atual

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