Trocar auxílio por crédito a juros não é a solução

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Diante das dificuldades econômicas, agravadas pela pandemia do coronavírus, o governo Bolsonaro tem deixado claro que não irá prestar assistência aos mais necessitados. O auxílio emergencial foi reduzido de R$ 600,00 para R$ 300,00 e deve terminar em dezembro. Agora a equipe econômica planeja substituir o benefício por programas de concessão de crédito a juros.

Se for implantada, a medida pode deixar mais de 54 milhões de pessoas sem qualquer suporte financeiro a partir do próximo mês. Ou seja, quem mais precisa corre o risco de ficar à míngua, sem qualquer apoio para enfrentar a crise, que não tem previsão para terminar.

As pessoas que podem ficar desassistidas correspondem aos beneficiários do grupo do Cadastro Único, trabalhadores informais, desempregados, autônomos, microempreendedores individuais e contribuintes individuais do INSS. Somente será mantido o Bolsa Família, que atende 13,6 milhões de famílias e compõem o total de 67,8 milhões de brasileiros que recebem o benefício.

As medidas socioeconômicas do governo são puro engodo e não resolvem o problema real dos brasileiros. A justificativa da equipe de Bolsonaro é de que objetivo é aquecer a atividade econômica a partir de linhas de financiamento voltadas ao empreendedorismo, o que resultaria na volta do emprego.

A realidade, no entanto, é diferente. Segundo dados do Sebrae, 50% dos micro e pequenos empresários nem tentaram recorrer ao crédito por conta de dificuldades burocráticas. A outra metade que recorreu às linhas de financiamento, apenas 22% obtiveram sucesso; ou seja, 15% do total. (SBBA)

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