Aparentemente alheio à crise sanitária e social causada pela pandemia do novo coronavírus, o Santander não só anunciou que vai retornar o trabalho presencial, como divulgou que fará o Encontro Anual 2021 aberto aos bancários, no estádio do Corinthians, no dia 11 de dezembro.
Motivos para celebrar não faltam, obviamente que atentos às especificidades do momento”, diz comunicado do Encontro Anual divulgado pelo banco que lucrou R$ 13,8 bilhões em 2020, em meio a um cenário que resultou em 570 mil mortes de covid-19 e mantém 14,8 milhões de desempregados.
Por mais que a participação seja voluntária, a realização em si é um estímulo à aglomeração e, portanto, reprovável. A pandemia não acabou, as novas variantes de coronavírus, mais transmissíveis e mais agressivas, estão atormentando as autoridades e lotando hospitais, como no Rio de Janeiro. O Santander, por sua vez, poderia agir no sentido de ajudar a conscientizar funcionários e clientes sobre a importância de manter o isolamento. Mas, mais uma vez, o banco vai na contramão do bom senso.
Comemoração pública e coletiva num momento crítico, com centenas de milhares de mortos e com a variante delta avançando, é “no mínimo, imoral. E ostentar um lucro obtido à custa da retirada de direitos, e da cobranças de juros e tarifas extorsivos é desrespeitoso”.
“É certo que ninguém aguenta mais o isolamento, ninguém aguenta mais ficar longe dos amigos e familiares, mas para que possamos sobreviver e vencer este triste momento, é preciso um esforço coletivo de todos, e o banco tem responsabilidade social e deveria ajudar na conscientização. Comemorem a vida em casa, com todos os cuidados”, diz Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander.
Fonte: SBBA