A condição de pária internacional não é recente, vem sendo trabalhada pela diplomacia bolsonarista desde o início da gestão do trapalhão Ernesto Araújo à frente do Ministério das Relações Exteriores. Mas Bolsonaro faz questão de consolidar o isolamento brasileiro sempre que tem oportunidade. Neste domingo (19), o líder de extrema direita submeteu o país a mais uma humilhação internacional ao desembarcar com a comitiva brasileira em Nova York, onde participa da 76ª Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira (21). Único líder do G20 sem vacinação e, portanto, desautorizado a entrar em restaurantes, Bolsonaro e sua trupe foram parar na rua, onde comeram uma fatia de pizza. Sem máscara e sem vacina, a comitiva também foi obrigada a entrar pelos fundos do hotel para evitar protestos.
O que seria mais um truque de marketing bolsonarista para seguidores fanáticos serviu para expor ao mundo mais uma vez a vergonha de um país cujo presidente carrega no colo o peso de quase 600 mil compatriotas mortos por uma doença que ele ajudou a disseminar. Como não poderia deixar de ser, na foto feita para as redes bolsonaristas pelo ministro do Turismo, Gilson Machado, aparece o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que se revelou um simples carregador de malas do chefe, uma espécie de “Pazuello de jaleco”.
Antes mesmo de chegar aos EUA, o negacionismo de Bolsonaro já havia provocado reações na comunidade científica internacional. O epidemiologista da Universidade de Harvard Eric Feigl-Ding, por exemplo, defendeu que Bolsonaro fosse impedido de discursar na Assembleia por infringir as leis da prefeitura de Nova York em relação a medidas sanitárias de controle da pandemia, como uso de máscara e apresentação de comprovante de vacinação.
Fonte: Vermelho