Um total retrocesso na rede de proteção social. Assim é considerado o Auxílio Brasil, o novo programa que o governo Bolsonaro quer implementar, substituindo o Bolsa Família, e que irá deixar milhares de brasileiros sem nenhum benefício.
A grande diferença, e mais cruel, é que o Auxílio Brasil não estará articulado ao Suas (Sistema Único de Assistência Social), responsável por organizar e permitir a gestão compartilhada de todos os programas que compõem a rede de proteção social. Sem definição exata de execução, o projeto impõe a ruptura através de uma Medida Provisória enviada pelo governo ao Congresso Nacional.
O programa propõe o esvaziamento político e social, já que será apenas de transferência de dinheiro sem nenhuma articulação com outros fatores. No Bolsa Família, o recebimento do benefício era condicionado a frequência escolar de crianças e adolescentes, à vacinação, ao acompanhamento nutricional pelo SUS, além do acompanhamento social.
Através da MP do Auxílio Brasil, o país tem acompanhado um apagão dos programas sociais, o que só irá piorar a situação de miséria para milhares de brasileiros. A iniciativa deve iniciar neste mês, com previsão de acabar em dezembro de 2022, sem planejamento para os anos futuros e sem, ao mínimo, se preocupar com as famílias que vão ficar desatistidas a partir de agora.