O ano de 2021 não foi bom para os trabalhadores brasileiros. Dados do Dieese mostram que 48,8% dos acordos salariais entre janeiro e novembro ficaram abaixo da inflação medida pelo INPC-IBGE. Além disso, aumentou o número de reajustes com parcelamento, um provável reflexo do aumento da inflação no país neste ano.
Assim, de janeiro a novembro, segundo o Dieese, reajustes salariais acima do INPC representam apenas 16,5% do total. Os equivalentes à inflação são 34,7% e os abaixo, 48,8%. A variação média dos reajustes está em -0,86%. No mesmo período, 11,3% dos acordos tiveram parcelamento.
Apenas no mês de novembro, o desempenho foi melhor, com 60% de reajustes iguais ou acima do IPC. Foi o segundo melhor resultado do ano, perdendo apenas para junho, mas fica abaixo do registrado em 2020. Além disso, em novembro 28% dos reajustes serão divididos em duas ou mais parcelas. É a maior proporção para uma data-base neste ano.
Entre os setores, as negociações da indústria continuam sendo as que apresentam maior percentual de acordos acima da inflação: 23%, com 40,5% equivalentes à variação do INPC. No comércio, reajustes acima da inflação foram 17,2% do total, ante 50,5% equivalentes ao INPC. Já nos serviços, a maioria (61%) perde da inflação.
Algumas categorias profissionais conseguiram assegurar reajustes equivalentes ao INPC, caso dos metalúrgicos, por exemplo.
Os bancários já haviam assegurado, em 2020, acordo com dois anos de duração, que garantiu a reposição do INPC, mais 0,5% de aumento real nos salários. Isto comprova a importância do acordo de 2 anos e da mobilização dos bancários para garantia dos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho.
Fonte: Feebase