De forma surpreendente, o Banco do Brasil oferece desconto de 95% na dívida de ruralistas que liquidarem à vista os débitos vencidos e nas taxas de juros e prazo de até 100 meses para renegociar a prazo as dívidas. Logo para um setor que mantém crescimento, como o agronegócio.
Representantes dos trabalhadores questionam a anistia, pois Bolsonaro pode estar usando o BB para agradar a bancada ruralista. No mínimo, estranho. A preocupação também é pela possibilidade de o desconto colocar em risco a gestão e o equilíbrio financeiro do Banco do Brasil.
O PIB do agronegócio alcançou recorde no ano passado e teve alta de 5,35% no primeiro trimestre de 2021, de acordo com artigo publicado no portal da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Na outra ponta, 75% das famílias têm dívidas, sendo que três em cada 10 inadimplentes estão desempregados. Os dados são do Mapa da inadimplência e renegociação de dívidas do Brasil, publicado em dezembro pelo Serasa.
A divisão do crédito agrícola do BB é desigual. Para se ter ideia, o banco anunciou R$ 135 bilhões para a safra 2021/2022, sendo que R$ 87 bilhões será direcionado para o agronegócio, também chamado de “Agricultura Empresarial”. O Pronamp (Agricultura Familiar e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) vai ficar com (R$ 34 bilhões).