Há vários sinais de que os contágios estão aumentando de forma descontrolada. As notificações estaduais já revelam um aumento de 153% na média móvel de casos, de cerca de 3 mil casos na semana anterior, para mais de 8 mil, agora. Especialistas da FioCruz não conseguem ter certeza se esse dado é consequência de um represamento causado pelo apagão do sistema de dados do Ministério da Saúde.
Um dado alarmante foi registrado pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta segunda (3). Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, o número de testes rápidos realizados na segunda quinzena de dezembro cresceu mais de 50% na comparação com a primeira.
A alta também se reflete na chamada taxa de positividade. Eram pouco mais de 5% de exames positivos no começo de dezembro. No meio do mês, chegou a quase 7%. E, neste domingo (2), essa taxa já esbarrou nos 27%.
Desde o último dia 10, os dados relativos a covid-19 se encontram comprometidos, por conta do apagão que atingiu o Ministério da Saúde e ainda não foi completamente resolvido, de acordo com informações fornecidas por diversos estados. Na última sexta (31), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que sua expectativa é que o sistema pode voltar ao normal em até duas semanas.
São números baixos que prenunciam um início de ano preocupante, com crescimento explosivo de diagnósticos positivos para covid, devido à proliferação da variante ômicron. A vacinação avançada limita o número de óbitos, mas não impede o alto número de contágios e eventuais internações. Além disso, um surto de gripe pelo país também
O total de casos confirmados é de 22.305.078, já somados os 11.850 casos divulgados nas últimas 24 horas pelo Ministério da Saúde. Este número representa mais que o dobro de casos da semana anterior, um aumento de 153%.
Esse descontrole calculado permite que grandes aglomerações de férias nas praias, bares, festas, shows e navios lotados com milhares de pessoas sejam permitidos, até que haja um surto e prefeituras e governos estaduais sejam obrigados a tentar reduzir a lotação de leitos nos hospitais.
Os cruzeiros de viagens marítimas são o sinal mais óbvio desta situação. Por serem ambientes controlados pela vigilância sanitária, acabam sendo os primeiros a revelar a dimensão da catástrofe sanitária, sofrendo os impactos restritivos, também. No entanto, as imagens de festas com milhares de pessoas sem máscaras se aglomerando na virada do ano certamente estão favorecendo o mesmo cenário dos navios, sem qualquer controle da vigilância sanitária.
Fonte: Vermelho