A previdência privada vendida pelos bancos como salvação só é um ótimo negócio para o setor bancário. Uma ínfima minoria se aposenta neste sistema. A maioria dos clientes usam as contribuições como forma para reduzir o Imposto de Renda pela possibilidade de dedução na margem tributável, até o limite de 12% dos rendimentos anuais.
De acordo com o Ministério da Economia, é muito comum as pessoas contribuírem durante o ano para resgatar pouco tempo depois. Em 2019 a previdência privada dos bancos captou R$ 129 bilhões e os clientes resgataram R$ 71 bilhões.
Para se ter ideia, estudo do Ministério da Economia revela que os fundos fechados, patrocinados pelas empresas para os funcionários, pagaram R$ 56 bilhões em benefícios de aposentadoria e pensão para 858 mil participantes em 2019. Já os fundos abertos de previdência privada, vendidos pelos bancos e seguradoras, pagaram no mesmo ano R$ 3 bilhões a somente 64 mil pessoas que conseguiram se aposentar.
Além disso, há uma grande discrepância na quantidade de participantes, já que os fundos fechados tinham 3,2 milhões de usuários e os abertos, 13 milhões.
O que muitos clientes esquecem é que para contribuir com o dinheiro suado na previdência privada é necessário pagar altas taxas de administração, muitas vezes maiores do que as cobradas pelos fundos de renda fixa, aumentando somente o lucro dos bancos. A recomendação dos especialistas é contribuir para a previdência pública, o INSS, garantido pelo Estado, regulado pela Constituição Federal e pela legislação.